
Hoje, mais de três anos após a inauguração, basta andar pelo bairro e conversar com moradores para confirmar a principal
constatação da comissão da Câmara: várias casas foram alugadas, outras vendidas e algumas receberam reformas em padrão
claramente incompatível com a renda dos beneficiários do programa. Essa situação tem gerado, inclusive, denúncias junto a Caixa
(que firmou os contratos com os moradores), à prefeitura (que selecionou os beneficiados) e até ao Ministério Público.
“Rapaz aqui tem casa luxuosa. Você acha que o povo que ganhou era baixa renda? Nunca. A gente mal fez o muro porque não temos
condições, mas tem umas casas aqui que é de ficar babando, casas que foram praticamente refeitas”, disse uma moradora que
pediu para não ser identificada. Ela é uma das que não concorda com a situação. “Tem que fazer um pente fino juntamente com os
órgãos competentes e despejar esse povo para que as casas passem para famílias que realmente necessitam”, sugere ela.
Fragilidade na fiscalização favorece situação irregular -
O processo de seleção das famílias foi feito pela prefeitura na época e repassado à Caixa Econômica para elaboração dos contratos
com os mutuários. A prioridade estabelecida pelo programa para seleção seriam famílias residentes em áreas de risco ou insalubres;
mulheres responsáveis pelo domicílio; pessoas com deficiência; maior número de filhos menores de 18 anos, entre outros.
“Tem um morador que tem sítio, outra casa na cidade, mas ganhou uma casa no bairro, foi denunciado e não deu em nada”,
afirmou uma moradora do conjunto. Outra moradora disse que foi na Caixa reclamar de uma casa que foi alugada e os moradores
faziam muita algazarra. “O pessoal me disse que não pode fazer nada a respeito. É por essa sensação de impunidade que o povo
deita e rola, porque sabe que ninguém vai vir atrás”, disse ela.
A quem cabe fiscalizar e garantir que o programa cumpra sua finalidade? Essa pergunta foi feita pela TRIBUNA à Caixa e à
prefeitura. O setor de Habitação da Caixa em Campo Mourão pediu que os questionamentos fossem enviados por email e que seriam
respondidos pelo departamento competente em Maringá. As perguntas foram enviadas na terça-feira (dia 17) e até neste sábado
(21), não houve retorno. Vejam mais detalhes e a matéria completa, CLIQUE AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário